Para os filhos, férias são sinônimo de liberdade para curtir. Para alguns pais, nem tanto: nada de subir em árvore, brincar com terra ou sair à noite com os amigos. Seja na hora de permitir atividades de lazer ou em outras situações do dia a dia, a superproteção pode atrapalhar o desenvolvimento de crianças de adolescentes, fazendo com que eles se tornem adultos sem iniciativa, inseguros e imaturos.
— Os pequenos devem aprender a lidar com decepções. Não adianta querer protegê-los disso, porque no futuro é pior — diz o pediatra Sylvio Renan Monteiro de Barros, autor do livro “Pediatria hoje: orientações fundamentais para mães, pais e cuidadores”. — Uma vida normal é feita 80% de frustrações, 15% de coisas boas e 5% de momentos de felicidade plena. As crianças precisam usar o que já sofreram como experiência para resolver novos problemas.
De acordo com o pediatra Mário Novais, professor de Pediatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro e diretor dos hospitais Barra Day e Daniel Lipp, as atitudes superprotetoras surgem da insegurança dos pais, que creem que, dessa forma, manterão a prole por perto por mais tempo.
— Todo filho é uma joia rara, mas mesmo assim,precisa ser independente — destaca.
Tanto crianças quanto adolescentes dão sinais de que os pais estão confundindo o limite entre carinho e superproteção. Nesses casos, os menores desafiam os adultos, até em uma tentativa de demarcar autonomia, e podem se tornar agressivos. Já os maiores tendem a ficar rebeldes e fazer escondido o que foi proibido.
Segundo a psicóloga e psicanalista Cynthia Boscovich, além dos prejuízos à formação da personalidade dos pequenos, a superproteção pode levar a distúrbios alimentares, como anorexia, e doenças físicas, a exemplo de problemas de pele e gástricos.
Fonte: Extra